Diáspora africana, mobilidade acadêmica e ensino superior: um relato de experiência do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias do Nascimento na Colômbia (African diaspora, academic mobility and higher education: the case of the Abdias do Nascimento Academic Development Program in Colombia)
DOI:
https://doi.org/10.22476/revcted.v5i1.410Palavras-chave:
Diáspora Africana. Decolonialidade. Ações afirmativas. Afrocolombianos. Relações Étnico-Raciais.Resumo
Este trabalho traz um relato de experiência fruto de participação como intercambista pelo Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias do Nascimento, coordenado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de São Carlos. A mobilidade acadêmica foi realizada em parceira com a Universidad Distral Francisco José de Caldas, em Bogotá, Colômbia, este relato tem como tema as relações étnico-raciais no ensino superior, as ações afirmativas e a diáspora afrocolombiana. Ele é resultado das observações realizadas entre julho de 2017 e junho de 2018. As conclusões obtidas destacam a necessidade de que as políticas de ações afirmativas atinjam todos as esferas do ensino superior, destacando o potencial de mobilidade sociale também nos deslocamentos epistemológicos provocados pelos corpos que são reiteradamente excluídos pela modernidade-colonialidade ocidental. Também se conclui que é importante criar essas redes diaspóricas em contato, favorecendo a troca de saberes e sempre desvelando as históricas silenciadas na historiografia hegemônica.
Referências
ANDREWS, G.R. América afro-latina, 1800-2000. Trad. Magda Lopes. Ed. Edufscar. São Carlos, 2007.
AROCHA, J., GUEVARA, N., LONDOÑO, S., DEL MAR, M. L. E RINCÓN, L. Elegguá y respeto por los afrocolombianos: una experiencia con docentes de Bogotá en torno a la Cátedra de Estudios Afrocolombianos. Revista de Estudios Sociales, n. 27, p. 94-105, 2007
BEJARANO, J. P. E. Qual é sua raça ou grupo étnico? Censos, classificações raciais e multiculturalismo na Colômbia e no Brasil, 103 f. Dissertação (Mestrado) Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010.
BERNARDINO-COSTA, J. Decolonialidade, Atlântico Negro e intelectuais negros brasileiros: em busca de um diálogo horizontal. Sociedade e Estado, v. 33, n. 1, p. 117–135, 2018.
CARNEIRO, A. S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
DE SOUSA SANTOS, B. Una epistemología del sur: la reinvención del conocimiento y la emancipación. México: Ed. Siglo XXI-CLACSO, 2009.
DUSSEL, E. 1492: el encubrimiento del otro: hacia el origen del mito de la modernidad.1994. La Paz: Plural Editora, 1994.
FANON, F. Os condenados da Terra. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1983.
GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Rio de Janeiro: Editora 34, 2001.
GOMES, N. L. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. São Paulo: Autêntica, 2018.
GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. [s.l: s.n.]. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
HALL, S. Discurso y poder. Ed. Ricardo Soto Sulca. 1ª ed. Peru: Huancayo, 2013.
LANDER, E.; OTHERS. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais - perspectivas latino-americanas. [s.l.] CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales. Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, 2005.
MALDONADO-TORRES, N. sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. 2003. Disponível: <http://ram-wan.net/restrepo/decolonial/17-maldonado-colonialidad%20del%20ser.pdf>. Acessado em: 16 ago. 2019.
MATTIOLI, E. A. K. Povos indígenas na universidade: ação afirmativa e a geopolítica do conhecimento, 202 f. Tese (doutorado) Programa de Pós-graduação em Sociologia. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2014.
MENDES, P. V. G. Ações afirmativas para afrodescendentes: as políticas de reserva de vagas no ensino superior de Brasil e Colômbia. p. 1–44, 2008. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/becas/20131220105935/2.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2019
MIGLIEVICH-RIBEIRO, A. Por uma razão decolonial: desafios ético-político-epistemológicos. Dossiê: Diálogos do Sul, p. 66–80, v. 14, n. 1, 2014. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/16181>. Acesso em: 16 ago. 2019.
MOORE, C. W. Racismo e sociedade: novas bases epistemológicas para a compreensão do racismo na história. Belo Horizonte: Mazza, 2007. Disponível em: <http://www.culturasjuridicas.uff.br/index.php/rcj/article/view/564>. Acesso em: 16 ago.2019.
MUNERA, Alfonso. El Fracaso de la Nacion: region classe y raza en el Caribe colombiano (1717 – 1821). Bogotá: El Ancora, 1998.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS.Proclamation of the International Decade for People of African Descent.United Nations.Res. 68/237, adoptedon 23 December 2013.7 Feb. 2014. Disponível em: <https://undocs.org/en/A/RES/68/237>. Acesso em: 02 set. 2018.
QUIJANO, Aníbal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais - Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, p. 117-142, 2005.
QUIÑONEZ, S. A. Plan Colombia: descivilización, genocidio, etnocidio y destierro afrocolombiano. Nómadas (Col), n. 45, p. 75-89, 2016.
RESTREPO, E. Etnización de la negridad: la invención de las “comunidades negras” como grupom étnico en Colombia. Popayán-Colômbia: Editoria UC – Universidad Del Cauca, 2013.
SANTOS, W. O. Dos. Políticas educacionais antirracistas Brasil e Colômbia. Tese (doutorado). Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017, 195 p.
UFSCAR. Política de ações afirmativas, diversidade e equidade da Universidade Federal de São Carlos. Secretaria Geral de Ações Afirmativas. Universidade Federal de São Carlos, 2016. Disponível em: <http://www.nepedeees.ufscar.br/arquivos/politica-de-acoes-afirmativas-diversidade-e-equidade-da-ufscar>. Acesso em: 05 set. 2018.
VAN DIJK, T. A. Racismo y discursoen América Latina. São Paulo: Ed. Contexto, 2007, 383 p.
WALLERSTEIN, I. M. Geopolítica y geocultura: ensayos sobre el moderno sistema mundial. Barcelona, Kairós, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Recomenda-se não ultrapassar o número total de quatro autores. Caso a quantidade de autores seja maior do que essa, deve-se informar ao editor responsável o grau de participação de cada um. Em caso de dúvida sobre a compatibilidade entre o número de autores e os resultados apresentados, a Comissão Editorial reserva-se o direito de questionar as participações e de recusar a submissão se assim julgar pertinente.
Ao submeter um artigo para publicação a Crítica Educativa a o autor concorda com os seguintes termos:
- O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento.
- As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Crítica Educativa.
- Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
- O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho online, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Os artigos cuja autoria é identificada representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Crítica Educativa do PPGED da Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba.