A escola e a reprodução da ideologia para o trabalho (School and the reproduction of the ideology for labor)

Autores/as

  • Francisco Américo Martins Moraes Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.22476/revcted.v4i2.320

Palabras clave:

Escola. Trabalho. Capitalismo. Burguesia. Ideologia.

Resumen

O presente estudo traz à reflexão a problemática histórica da relação interdependente entre a escola e o trabalho no contexto da sociedade capitalista, que condiciona a escola a um mero espaço ou função de reprodução da ideologia para o trabalho assalariado, tomando como base as contribuições teórico-metodológicas da crítica marxista à sociedade burguesa, que tem em Karl Marx seu fundador e principal expoente e demais pensadores como, por exemplo, o sociólogo da educação Mariano Enguita, além de Paulo Freire, Moacir Gadotti, István Mészáros, que teceram importantes estudos em torno do trabalho e do papel da escola e da educação nas sociedades capitalistas pós-industriais. Nesse sentido, a análise do problema da relação entre a escola e o trabalho parte do contexto histórico do Renascimento Comercial e Urbano, na Baixa Idade Média europeia, quando a burguesia nascente sente a necessidade de criar uma ideologia para o trabalho a fim de demolir sua imagem negativa advinda do Mundo Antigo e alçá-lo à condição máxima e única de se alcançar a realização humana via sucesso profissional. Nestas condições, evidencia-se que a escola no âmbito do capitalismo se converte, mais tarde, no espaço perfeito para a reprodução da ideologia burguesa, tais como as ideias, suas crenças, normas, valores, visão de mundo e, sobretudo a predisposição ao trabalho que, de uma maneira ou de outra, transforma os futuros trabalhadores em seres programados para a vida no trabalho assalariado, como verdadeiros autômatos.

Biografía del autor/a

Francisco Américo Martins Moraes, Universidade Federal de Rondônia

História - Mestrando em Estudos Literários.

Citas

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de estado. Trad. de Walter José Evangelista e Maria Laura Viveiros de Castro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

ANTUNES, Ricardo. (Org.) A dialética do trabalho: escritos de Marx e Engels. 2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2004.

BAUMAN, Zygmunt. Capitalismo parasitário: e outros temas contemporâneos. Trad. de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.

BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Tradução de Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: LTC, 1987.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Trad. de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

ENGUITA, Mariano F. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Trad. de Raquel Ramalhete. 39ª ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 21ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir. A educação contra a educação: o esquecimento da educação e a educação permanente. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2004.

MARX, Karl. A origem do capital. São Paulo: Centauro, 2000.

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Trad. de Isa Tavares. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2005.

RUSSELL, Bertrand. O elogio ao ócio. Trad. de Pedro Jorgensen Júnior. Rio de Janeiro: Sextante, 2002.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Trad. de Mário Moraes. São Paulo: Martin Claret, 2001.

Publicado

2019-01-15

Cómo citar

Moraes, F. A. M. (2019). A escola e a reprodução da ideologia para o trabalho (School and the reproduction of the ideology for labor). Crítica Educativa, 4(2), 180–189. https://doi.org/10.22476/revcted.v4i2.320