A África ensinada no Brasil: políticas públicas e conteúdos de livros didáticos (The ‘Africa’ taught in Brazil: public policies and textbook content)
DOI:
https://doi.org/10.22476/revcted.v5i1.434Palavras-chave:
África. Movimento Negro. PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático). Livro Didático.Resumo
Dezesseis anos nos separam da sanção da Lei 10.639/2003 que determinou a obrigatoriedade do ensino de História da África (e afro-brasileiros) nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados. Porém, o que efetivamente temos ensinado sobre África aos estudantes brasileiros nessas etapas de ensino? O artigo busca explorar as respostas para essa questão e, para tal, vai ao Edital do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático), ao Guia de Livro Didático e ao conteúdo de uma coleção de livros didáticos utilizada no ensino médio; toma-os como documentos oficiais (ou por eles influenciados, caso da coleção didática) e os problematiza enquanto fontes históricas. Ademais, insere essas questões na perspectiva da articulação e atuação do movimento negro contemporâneo. Resumidamente, aponta o crescimento da preocupação com os conteúdos ligados a África, mas limites dessa renovação, feita ainda de forma lacunar, por intermédio de exemplos e observada pela perspectiva exógena.Referências
ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, Ana Maria. Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013
ASSUNÇÃO, Helena Santos. Falar e guardar segredo: as capulanas de Nampula (Moçambique). Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018.
CAVALCANTI, Erinaldo. Livro didático: produção, possibilidades e desafios para o Ensino de História. Rev. História Hoje, v. 5, n. 9, p. 262-284, 2016.
DOMINGUES, Petrônio. “Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos históricos”. Tempo [on-line]. 2007, vol. 12, n. 23, p. 100-122.
GARRIDO, Mírian C. M. A representação da África nos livros didáticos: análise do espaço dedicado à África nos Editais e nos Guias de Livros do PNLD e em livros de História do Ensino Médio. In: GARRIDO, Mírian; DURÃO, Gustavo; BUENO, André. História da África: debates, temas e pesquisas para além da sala de aula. Rio de Janeiro: Edições Especiais Sobre Ontens, 2019.
GARRIDO, Mírian C. M. Nas constituições dos discursos sobre afro-brasileiros: uma análise histórica da ação de militantes negros e dos documentos oficiais voltados à promoção do negro brasileiro (1978 a 2010). 2017. Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Assis, 2017.
GOMES, Nilma L. (org). Práticas pedagógicas de trabalho com relações étnico-raciais na escola na perspectiva da Lei nº 10/639/03. Brasília: MEC/UNESCO, 2012.
LEMOS, Mário. Capulana: um pano estampado de Histórias. São Paulo: Scipione, 2014.
MEDEIROS, Daniel Hortêncio. Manuais didáticos e formação da consciência histórica. Educar, Curitiba, p. 73-92, 2006.
MEDIDA PROVISÓRIA NO. 746, DE 2016 (Reformulação do Ensino Médio) – Medidas Provisórias – Congresso Nacional. Disponível em: <https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/-/mpv/126992>. Acesso em: 18 jun. 2019.
MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO. 1978-1988 – 10 anos de luta contra o Racismo. São Paulo: Confraria do Livro, 1988, p. 18-19.
MUNANGA, Kabengele. Entrevista Aberta concedida a Julvan Moreira de Oliveira. São Paulo, 2008. IN: OLIVEIRA, Julvan. Africanidades e educação: ancestralidade, identidade e oralidade no pensamento de KabengeleMunanga. Tese de Educação, Universidade de São Paulo, 2009.
OLIVA, Anderson Ribeiro. Olhares sobre a África. Abordagens da história contemporânea da África nos livros didáticos brasileiros. História Revista (UFG. Impresso), v. 14, p. 17-35, 2009.
PEREIRA, Amilcar Araújo. O movimento negro brasileiro e a Lei 10.639: da criação aos desafios de implementação. Revista Contemporânea da Educação, vol. 11, no. 22, 2016.
PEREIRA, Amilcar. O mundo negro: relações raciais e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, Faperj, 2013.
SILVÉRIO, Valter R.; RODRIGUES, Tatina C.; DOMINGUES, Ana C. Diretrizes Curriculares e Plano Nacional da Implementação da lei no.10.639/2003: balanços de implementação, desafios e perspectivas. In: CARREIRA, Denise; ANDRADE, Allyne. Educação das Relações Raciais: balanços e desafios da implementação da Lei 10.639. SP: Ação Educativa, Fundação Ford, 2015, p. 16-50.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Recomenda-se não ultrapassar o número total de quatro autores. Caso a quantidade de autores seja maior do que essa, deve-se informar ao editor responsável o grau de participação de cada um. Em caso de dúvida sobre a compatibilidade entre o número de autores e os resultados apresentados, a Comissão Editorial reserva-se o direito de questionar as participações e de recusar a submissão se assim julgar pertinente.
Ao submeter um artigo para publicação a Crítica Educativa a o autor concorda com os seguintes termos:
- O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento.
- As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Crítica Educativa.
- Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original.
- O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho online, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Os artigos cuja autoria é identificada representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Crítica Educativa do PPGED da Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba.