Mediação e práticas de tradução-transcriação em museus (Mediation and translation-transcreation practices in museums)
DOI:
https://doi.org/10.22476/revcted.v4i1.304Palavras-chave:
Mediação. Tradução-transcriação. Museus. Residência Pedagógica.Resumo
Trata-se de pensar a prática de mediação pedagógica enquanto um processo de tradução-transcriação. Desse modo, parte-se da noção de tradução – transcriação, com base em Corazza (2013, 2016, 2017) e autores como Haroldo de Campos (2004, 2013) e Walter Benjamin (2011). Para pensar tal noção, toma-se um dos espaços de investigação do Grupo de Pesquisa Currículo, Espaço, Movimento (CEM/CNPq/Univates) – o Museu de Arte do Rio (MAR) – em meio ao qual destaca-se a experiência de residência pedagógica. Cabe ressaltar que o Grupo CEM tem por objetivo investigar os processos de ensinar e aprender, produzidos por práticas educativas e artísticas, em espaços escolares e não escolares, a partir do enfoque qualitativo genealógico de Michel Foucault (1979, 2000, 2008). Com efeito, diante da residência pedagógica realizada no Museu de Arte do Rio, tornou-se possível observar, registrar, experimentar algumas práticas de mediação produzidas pelos educadores que lá atuam. Além disso, foram realizadas entrevistas com educadores, gestores e curador do referido museu, a fim de compreender como os mesmos percebem tais práticas. Por fim, conclui-se que a prática de mediação pode-se tornar uma prática criadora, tradutora e transcriadora, fissurando a relação linear obra-artista-mediador.
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