Educação de jovens e adultos como educação popular: direito a ser conquistado
DOI:
https://doi.org/10.22476/revcted.v3i3.286Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos (EJA). Educação Popular. Direitos Humanos. Política de subjetivação.Resumo
Abordamos neste trabalho o modo como a Educação de Jovens e Adultos – EJA – vem sendo desenvolvida, de modo geral, nas instituições de ensino no Brasil. Revisitamos concepções teóricas e metodológicas ligadas à epistemologia da Educação Popular, com o propósito de reafirmarmos a potência desta práxis educativa no campo da EJA. Desejamos com este estudo contribuir para que a EJA se configure como Educação Popular, pois entendemos que este é ainda um direito a ser conquistado, em face da compreensão acerca do jogo de forças existente na sociedade capitalista ocidental, o qual interfere diretamente na sociabilidade humana. O modo de vida e de sobrevivência imposto aos jovens e adultos pertencentes às classes populares, em contextos de vulnerabilidade social, repercute significativamente em seus percursos escolares, e, em muitas vezes, os seus direitos educativos são negados ou subtraídos. São diversas as formas de exclusão, de silenciamento e de produção do sentimento de impotência. Nesse contexto é que nos comprometemos com a EJA tendo como centro da nossa atenção a realidade política, social e econômica do nosso País. A partir de pesquisas, de estudos situados e em diálogo com diversos outros pesquisadores desse campo, compreendemos ser urgente e indispensável revermos e reinventarmos as concepções e metodologias ainda em curso na Educação de Jovens e Adultos. Ao nosso ver, vivenciar a EJA a partir da Educação Popular possibilita a ampliação dos horizontes de vida dos educandos e educandas, bem como de educadoras e educadores, para além da lógica do capital. Assim, nosso propósito é o de contribuir no caminho da reinvenção da EJA como Educação Popular.
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